sexta-feira, 6 de agosto de 2010

A cultura do educar como princípio do processo de globalização.

Partindo do pressuposto de que o homem é fruto do meio, torna se evidente e pertinente que todo homem vive de acordo com sua herança cultural e o currículo deve ser pensado respeitando este fator.
Dentro deste contexto podemos inferir que todo comportamento (incluindo aqui as crenças, valores, modos de sentir) e demais hábitos são características que se diferem dentro de um universo de culturas diferentes.
Cada povo educa os seus de acordo suas particularidades, ou seja, suas necessidades e estilo de vida. Contudo surge um modelo padronizado de educação, no qual somos, independente de onde vivemos e a que cultura pertecemos, instruídos a segui-lo.
Esse modelo surge, no entanto, como processo de lavagem cerebral, veja: ao civilizar um índio, tirando-o de sua aldeia para educá-lo numa cidade, por exemplo, logo esse índio estará se comportando como um homem da cidade, um consumidor em potencial, com vestes e hábitos de homem da cidade. Em contrapartida esse indígena acaba sufocando hábitos inerentes a sua cultura, como habilidades de caçar e pescar. Dito isso, posso concluir que esse índio fora introduzido a um processo que atende por globalização – este processo é na verdade, a aculturação. Mas é interessante articular com a globalização pois, do modo como a globalização vem ocorrendo, vemos ela caminhar junto com a aculturação.
Ao se falar em globalização na educação, talvez se explique o fato da ausência de algumas culturas dentro do currículo escolar, pois é notório um encadeamento de aspectos que apontam para uma única cultura, embora essa questão não esteja estampada como método de um processo de globalização de ensino como uma instituição de uma monocultura ou cultura das massas, no entanto atende às suas características.
O não respeito às diferenças fundamenta-se numa proposta de cunho eliminatório que se propaga mesmo de maneira inconsciente, uma vez que a educação rompe os muros da instituição escolar e se propaga pela sociedade. Dentro da escola ela toma dimensões ainda mais graves: o professor é aquele ser autoritário, dono da verdade, enquanto o aluno é o ser calado, colocado à margem, como se não tivesse consigo nenhum nenhuma experiência de vida, nenhuma bagagem cultural. Dessa maneira não existe troca de informações e experiências, perdendo então um fator de extrema importância para o conhecimento: a reflexão.
Desse ponto de vista, somos induzidos a trilhar por um mundo diferente do mundo que vivemos, fora da nossa realidade enquanto um cidadão morador de um bairro periférico, por exemplo, embora dentro de um contexto de globalização, somos atingidos muito antes da educação escolar.
Creio que a supervalorização de uma cultura que suponham ser mais importante em detrimento de outras culturas que entendem ser menos importantes pressupõe o favorecimento da propagação de uma cultura de massa, motivado por um sistema globalizado, perpendicular ao que podemos chamar de lei do consumo (ensinar a consumir), bem como a perpetuação dos “caciques” políticos no poder.
Penso estar correto quando digo que a educação acontece dentro de qualquer contexto social, seja ela positiva ou negativa. De fato muitos autores já trouxeram essa questão a campo. Penso ainda que, dentro desse modelo organizado tal qual conhecemos, se segue de maneira a tornar às diferenças um segmento de exclusão, ou seja, quem está dentro deste modelo tem status, quem está de fora fica literalmente à margem.